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REVIEW | PRECISAMOS falar sobre Wolfenstein II: The New Colossus

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Antes de começarmos a falar sobre Wolfenstein II: The New Colossus, precisamos voltar para 2014 – quando lançado Wolfenstein: The New Order, sem muito alarde, porém surpreendendo à todos pela sua incrível qualidade num todo. Unindo os dois jogos citados podemos dizer sem medo que a MachineGames foi pretensiosa na ideia, mas que valeu a pena cada risco. Digo pretensiosa por que cá entre nós, juntar a temática nazista com uma era futurística sci-fi, parece louco no contexto do tempo mas este ‘novo mundo’ que a desenvolvedora criou funcionou pela sua originalidade e ousadia. Após o nazismo como conhecemos deixar de existir, logo eles voltam a ser uma grande parte do discurso político da vida real na América novamente, tudo muito bem ambientado neste game de primeira pessoa pertencente à franquia tão bem vista pelo público e pela crítica.

 

Violência gratuita e a geração do mimimi 

É impossível falarmos mais profundamente de uma sequencia sem compararmos com o primeiro, mas vamos falar bem superficialmente – onde o primeiro jogo foi na maior parte do tempo sombrio e direto, Wolfenstein II é INSANO! Insano pois nos primeiro momentos de gameplay já nos deparamos com uma ação desenfreada que não mede nível nem limites, sem contar com as difíceis escolhas que o game te dá, entre sacrificar um amigo e outro, matar um animal, entre outros. Não é um jogo para se pensar muito, não é um game onde temos imagens e cutscenes vazias, tudo está ali por um motivo e durante as cerca de 17 a 18 horas de gameplay temos algumas imagens perturbadoras que com certeza causarão desconforto ao pessoal da geração atual, a famosa geração ‘mimimi de 2017″. E que imagens seriam essas, por exemplo? Nudez, violência gratuita pesada, violência animal, etc. Mas o que poderíamos esperar de um jogo onde a temática principal envolve nazistas loucos e sanguinários? Definitivamente não veremos cores nem ursinhos carinhosos aqui, me desculpe.

 

Começando, pelo começo!

Um aviso aos desavisados, caso vocês queiram ter a experiencia de Wolfenstein completa até aqui, jogue pelo menos o primeiro game The New Order pois a campanha de The New Colossus começa exatamente onde o seu primeiro game terminou. O pilar da série William BJ Blazkowicz está fisicamente indisposto por razões que você pode imaginar, mas a Resistência precisa dele, então aqui estamos novamente. Desta vez, a configuração muda de uma história alternativa da Europa ocupada pelos nazistas para a história alternativa da América ocupada pelos nazistas, já que a equipe de Bj mostra tentativas de se conectar com os poucos países da América dispostos a lutar.

Com temas extremamente e mundialmente polêmicos, Wolfenstein II nos obriga a enfrentar e ‘presenciar’ as partes mais sujas da cultura americana de frente, a ocupação nazista, cenas explicitas pesadas – como dito anteriormente – porém o ponto forte do jogo é bem longe disso, a história é sobre o que os personagens divertidos e agradáveis que gostamos representam no game misturado com a história de amor já conhecida entre BJ e Anya, sem que esse seja o foco principal da campanha, claro, além de abordar outros temas de raça, política, masculinidade e mais, com uma vantagem que não tenta dançar em torno de pontos ou tentar sátira. o jogo tenta te passar aquela ideia de: “Aqui a coisa é real e pronto!” sem muita firula.

 

Quebrando o “climão” e mudando de perspectiva

Wolfenstein II mais uma vez ou é 8, ou 80, em um bom sentido. Ou ele é intensamente imergido em uma temática séria, ou absurdamente engraçado, pois mais uma vez o humor negro está presente em diversos momentos, talvez por seu assunto e conteúdo extremamente agressivo e político, o jogo abre o caminho para o público se permitir respirar um ar mais leve, rir um pouco, mesmo que as vezes as piadas continuem sendo sujas e pesadas, ainda sim válido como humor.

O game tem uma perspectiva sólida do início ao fim, mas devemos levar em consideração a forma em que a desenvolvedora usou da mecânica para ajudar a contar essa trama. O que isso quer dizer? Quando a situação do protagonista muda, a forma que o jogo toca ou sente frequentemente muda de forma tão significativa, alternando o fluxo e a jogabilidade real para se adequar ao clima, uma aula de como fazer um jogo frenético adequado a cada situação da campanha, um trabalho de gênios, realmente.

Um exemplo disso, para ficar mais claro o que eu quero dizer sobre “adequação”; nas primeira cenas, quando temos BJ na cadeira de rodas e o mesmo se depara com um inimigo armado, primeiramente vemos um impacto neste inimigo, talvez constrangimento por enfrentar alguém numa cadeira de rodas, mas depois que o protagonista “se recupera” isso acaba dando a entender que aquele impacto era realmente por conta do estranhamento da situação.

 

Gráficos lindos, equilibrados e característicos

Mais uma vez temos aqui um show visual em Wolfenstein II, o que não é nenhuma novidade para a franquia mas devemos citar para não passar em branco. É extremamente viciante apreciar os gráficos adequados para diversos ambientes diferentes, um show de direção de fotografia, que no geral nos dá ambientes muito bonitos e variados.

[review]

É difícil para mim falar mal de Wolfenstein II e isso é bem raro, é raro pra mim não ter um ponto negativo para abordar. Conheci a franquia a pouco tempo e de cara me apaixonei pelo seu visual, estilo e originalidade – assim como sua ousadia de trazer temas e subtemas tão criticados e ainda assim acertando em cheio na forma de abordar tais temas. The New Colossus é, definitivamente, um jogo que merece ser jogados por todos os fãs de FPS que após uma ou duas horas de jogo, vão se apaixonar totalmente assim como aconteceu comigo.

 

Diretor de conteúdo do Site AcessoGEEK e Redator no Terra (Geek), especializado em games, cinema, séries e tecnologia, admirador da astronomia e suas teorias místicas de viagens no tempo e espaço, aliens e planetas habitáveis. Sonho em conhecer a NASA.

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